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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O que só eles não veem


Era um sabádo ensolarado demais e ela estava esperando por ele, e ele - como sempre - estava atrasado.
Enquantoos minutos passavam ela tentava entender porque estava lá, sim, claro, ele precisava de ajuda pra comprar o presente da namorada e ela iria ajudá-lo.
Ele chegou, cumprimentou-a  e nem sequer mencionou o atraso, sentou no banco e ficou olhando o movimento, como se tivesse saido de casa e pego dois ônibus somente para isso.
- Vamos, o presente não vem pra cá sozinho.
- Eu não sei o que comprar pra ela...o que você acha?
Não, de novo não, ele sempre perguntava isso, e ela teria que repetir que não sabia, que a namorada era dele e ele deveria decidir.
- Já sei - ele praticamente berrou - vamos andar pelas lojas como se estivessemos comprando coisas pra nós... você trouxe dinheiro pra você, não? Daí eu acho alguma coisa pra ela.
- Beleza.
E lá foram eles, entrando em todas as lojas de departamento que encontraram no centro da cidade, na segunda ele estava carregando a bolsa dela, na terceira dando palpites nas roupas que ela escolhia, na quarta ele já estava escolhendo as roupas pra ela e em todas eles riam das roupas ridículas que haviam para vender, depois foi a vez dele levar um banho de loja, ela escolheu milhões de camisetas e bermudas e ele contrariado foi experimentar, ela ria das caras que ele fazia cada vez que saia do provador e ele ficava criticando as roupas. Saiam de cada loja com mais e mais sacolas, até que decidiram que já tinham gasto muito dinheiro e foram almoçar. Estavam à uns dez minutos discutindo em qual restaurante iriam quando ele disse:
- Faz assim, você escolhe o lugar e eu pago.
- Tem certeza? Porque agora eu quero ir num lugar bem caro.
- Tá bom, eu decido, mas pago também e nem venha discutir.
Entraram num fast-food, escolha bem típica deles, ela não entendia porque ainda discutiam sobre isso... Enquanto esperavam os lanches ficaram conversando sobre todas as coisas mais inúteis que poderiam ser conversadas e riam igual dois idiotas, devoraram a comida e continuaram lá.
- É quase duas da tarde, falei pra minha mãe que chegava essa hora em casa, melhor eu ir. - ela disse.
- Ah, não dá pra ficar mais um pouco?
- Não, eu tenho que pegar um ônibus que demora horrores.
- Tá bom, então a gente se fala de noite?
- Aham.
Eles se despediram, ele ficou olhando-a atravessar a rua, esquecendo-se completamente da namorada.
Ela acenou quando chegou na outra calçada, esquecendo-se totalmente que eles não podiam ficar juntos.

8 comentários:

  1. isso acontece comigo, nao com todo esse dinheiro mas acontece. Escreve bem moça :)

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  2. OIe primeira vez por aqui..amei o seu texto...a e Feliz 2010 pra vc

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  3. ameei o texto, muito lindo *-*
    feliz 2010 ;D

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  4. A vida tem coisas estranhas, muito estranhas mesmo.
    Cadinho RoCo

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  5. Adorei seu blog, os textos são ótimos, parabéns, você escreve muito bem!

    Beijos.

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  6. amei o textp, ai muito bom esmo!
    fassa uma continuação ous e não algumas cronicas vc daria bem nisso!
    ><

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