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sexta-feira, 25 de março de 2011

Sonho de valsa


De encontros e desencontros já basta eu mesma. Já basta minhas dúvidas, inseguranças e vontade de comer compulsivamente. Já basta a minha necessidade de um amor. Meus poucos momentos de sorte, minha ironia e mau humor constante. Conheço todos meus defeitos.

Quero alguém que entenda meu medo por cachorros, a perseguição das borboletas, os girassóis na parede, e que - principalmente - veja a dobra invisível do meu cabelo. Quero que para alguém meus defeitos bastem e que os dele bastem para mim.

Aquele príncipe que me compreenderá e verá qualidades em mim que ninguém mais vê, mas que veja todos meus defeitos. O príncipe (per)feito pra mim, do modo mais imperfeito possível, (imper)feito pra eu caber em seu abraço e que sua mão proteja a minha.

Quero que ele me conserte - e eu a ele - para sermos então, perfeitos. Não um para o outro, mas, juntos.

Para esse príncipe eu imploro: tire a coroa e perca toda a perfeição dos contos-de-fadas. Venha humano.

Tenho medo de sonhos bons.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Divagações sem explicações


Chuva e sol, casamento de espanhol. Sol e chuva, casamento de viuva. Canto mentalmente enquanto caminho sob a garoa bem fina e brilhante por causa do sol. Talvez a viuva esteja casando com o espanhol.

Meu óculos fica todo molhado, e começo a ver o mundo de uma forma salpicada, olhos míopes não transformam o mundo. Lembro dele dizendo que deveria usar lentes de contato - faço uma pequena nota mental: nunca usar lentes. Não me importo com a chuva, ou a vista que estou perdendo por estar com a visão embaçada, já conheço esse caminho, sei onde é seguro pisar e em quais pontos da calçada desviar.

Sem me preocupar por onde vou, pra onde vou ou por onde passo me sobra bastante espaço pra pensar em qualquer outra coisa. Estudos? Trabalho? Amor?. Nada me vem em mente e sinto a felicidade de pensar em nada. Apenas erguer o rosto pra chuva que agora cai forte e faz a roupa grudar no corpo, abrir os braços e sentir as gotas tocando em cada parte do meu corpo. Me sentir viva.

A chuva acaba. O sol continua. O que terá acontecido no casamento?