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sábado, 24 de outubro de 2009

Um em um milhão.



Otávio estava indo almoçar no mesmo lugar de todos os dias. Em sua mente frases eram formadas para a conclusão daquele trabalho de filosofia – achando que nenhuma delas valeria a pena passar pro papel.
Quando se deu conta estava na rua errada; sem vontade para voltar, ele continuou andando. Almoçaria num lugar novo. Ao virar a esquina trombou com uma garota, derrubando todos os livros: seus e dela. Foi uma cena de comédia romântica adolescente, mas sem aquela mágica do olhar ou do toque das mãos, só pegaram cada um seus livros. Ele pediu desculpas e partiu.
Por coincidência do destino – ou excesso de romantismo da autora – ele ficou com um livro dela. Julgou ser importante pela quantidade de anotações no rodapé, então ligou para o número do celular escrito na página de rosto, torcendo para que não fosse o telefone de mais ninguém. Novamente o Universo conspirou e uma voz feminina atendeu, depois de explicar a história, descobriu que ela era realmente a dona do livro. Olívia.
Combinaram de se encontrar no dia seguinte, no restaurante de todos os dias, desta vez sem alteração da rotina, a não ser pela presença dela. Foi um acontecimento anormal. Apesar de não se conhecerem, os diálogos fluíam e assim, combinaram um novo almoço.
Em pouco tempo tornaram-se melhores amigos, eles se entendiam de uma forma única, falavam sobre tudo e um aconselhava o outro. Um digno conceito de amizade.
Otávio começava a ansiar pelos almoços e finais de semana, dias e momentos em que eram inseparáveis. Olívia agora preenchia todo o seu pensamento; o coração acelerava e sua respiração tornava-se mais leve. E ele, assustado, via essas sensações crescerem pouco a pouco até tornarem-se sentimento com nome, amor, e juntamente dor. Olívia não demonstrava diferença em seu comportamento, e era isso o que mais doía, saber que amava sozinho.
Reprimiu esse sentimento ao máximo, mas chegou um momento que não conseguia mais guardar as sensações somente para si, sentia que ia explodir a qualquer momento, e apesar do medo de receber um não sentia-se seguro para abrir-se para Olívia, contar tudo o que sentia, esperava ser compreendido, mas se não fosse tinha a certeza que não a perderia como amiga.
Numa quinta feira nebulosa ele se declarou, ela o olhou e disse:
- As coisas poderiam ser diferentes se você não estivesse preocupado com seu trabalho de filosofia; se não errasse o caminho. As coisas seriam muito diferentes se você simplesmente deixasse seus livros para trás. No momento em que te vi, senti algo em você, sei que pode parecer bobagem, mas sou aquela pessoa que acredita em destino, de que nada aconteceu por coincidência naquele dia, e muito ao contrário de você eu prestei atenção àquele momento, me senti bem e mal ao mesmo tempo quando deu pela falta do meu livro, esperava, sem muitas esperanças que você me procurasse pra devolvê-lo. Você não entende? Meu coração acelera por você desde o nosso primeiro almoço...
Olívia não precisou dizer mais nada, no mesmo segundo as bocas se uniram, a declaração continuou, só que agora com palavras mudas.



Pauta para o Once up a time.
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3° lugar

3 comentários:

  1. lindo lindo *-----*
    adoro histórias de amor, dão uma esperança, né? rsrsrsrrs
    :*

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  2. Pois é, o importante é viver aquilo, mesmo que não dure pra sempre. Afinal, hoje em dia nada dura mesmo.
    :*

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