Pages

sábado, 12 de dezembro de 2009

Lucky day



 "O que mais pode dar errado?". Só isso passava pela mente dela, se ela fizesse uma lista com os prós e contras desse dia as colunas ficariam desproporcionais. Quanto mais ela pensava positivo, pior tudo ficava.
Tá, ela precisava organizar seus pensamentos...estava numa rua desconhecida, encolhida num toldo de uma loja pra não se molhar, esperando um ônibus passar, pois o seu havia quebrado, agora tinha que entrar no primeiro que passasse e nunca chegaria à tempo no shoppping.
Se acalmar. Era isso que ela precisava fazer, tudo daria certo, só precisava esperar pelo próximo ônibus. Ah não, pensamentos positivos atraem situações negativas, como pode esquecer disso? E enquanto se recriminava por isso passou um ônibus, ela fez sinal, mas ele não parou e acima disso passou por uma poça d'água, que acabou acertando-a em cheio. Ótimo, isso que dá pensar coisas boas.
Agora é que ela não poderia ir ao encontro, iria desmarcar, pegou o celular e discou o número dele...fora de área, claro, naquele fim do mundo a tecnologia tinha esquecido de passar. Ela teria que ir, não podia simplesmente não aparecer. Provavelmente ele nem estaria lá, já que tudo de ruim estava acontecendo naquele dia...era melhor não pensar mais nada.
Agora ela corria, já estava uma hora atrasada, porém nesse momento estava no estacionamento do shopping, nada poderia dar errado agora...desviando dos carros que insistiam em acelerar quando ela estava passando, ela corria, ela já sabia que ele não estaria lá, mas precisava comprovar isso. Estava suja, molhada, descabelada, com a calça rasgada na altura no joelho por causa da queda quando saiu do ônibus; esperava com toda a sua alma que ele não estivesse lá pra vê-la naquele estado deplorável.
Ela foi se aproximando da cafeteria...e ele estava lá. Ela não pode acreditar. Como? Ele sorriu pra ela...ela ainda estava tentando processar o fato de que ela estava uma hora atrasada e ele ainda estava lá, sorrindo. Quando ele levantou pra abraçá-la, ela compreendeu, então como ela já sabia, a vaca ia pro brejo, como sempre, ele chegaria perto dela e veria que estava toda suja, iria embora e assim terminaria sua grande aventura pela cidade.
Mas não foi isso que aconteceu, ele a abraçou, sussurando em seu ouvido que estava linda e que havia valido a pena esperar. Ela tinha que admitir, havia algo diferente...dessa vez havia mágica, e ela soube.
Ele foi o motivo pra tudo antes dar errado.
Ele era a sua pessoa.

Pauta para o OUAT.
____________________
2° lugar.

Um comentário: