Anna estava de férias e isso para ela significava temporada na casa dos avós. Era tempo de fazer as malas, pegar os livros, o mp3, o computador e os tênis de corrida, principalmente estes. Já estava sonhando à alguns meses com as corridas matinais no Trianon.
Pegou o ônibus das seis da manhã na pequena cidade em que vivia, não via a hora de chegar naquele apartamento aconchegante, com o sofá mais macio e com o melhor efeito sonífero que conhecia, era tudo que ela precisava, paz, e aquele ambiente pedia por paz de espírito. Precisa limpar aquele ano da mente - a escola, os amores, os pais realmente tinham sobrecarregado-a e ela sabia que merecia aquelas férias.
Assim que desceu do ônibus viu seus avós esperando na plataforma, ela correu e deu um abraço apertado em cada um, havia uma ligação muito grande entre eles, talvez inexplicável, era mais do que laços sanguíneos
Eles a ajudaram a pegar as bagagens e levar pro carro, no caminho se atualizaram das novidades nas duas cidades.
Anna arrumou suas coisas no seu quarto, e foi dar uma volta pela Paulista, ela não conseguia explicar como aquela avenida movimentada e barulhenta fazia bem pra sua alma, simplesmente fazia.
À noite os avós informaram que precisariam visitar uma prima no interior, ela pediu pra ficar, coisa que eles aceitaram sem discutir, então se despediram no mesmo dia que se reencontraram e ela foi dormir; ouviu de madrugada quando eles saíram tentando não fazer barulho e discutindo se deveriam deixar o gás fechado ou não, voltou a dormir automaticamente.
O celular despertou às seis e meia da manhã, ela levantou, tomou café da manhã, colocou os tênis. Chegando no Trianon fez o alongamento, ligou o mp3 e sentiu a batida da música estilo praia, sorriu e começou a correr, ela teve a sensação de não estar em São Paulo, mesmo que a mais importante avenida da cidade estivesse ali do lado, aquele parque era um universo paralelo, era outro mundo, lá não havia a correria, o estresse, a polução, nada disso.
Voltou pro apartamento, tomou um banho e ficou lendo naquele sofá maravilhoso. Depois do almoço desceu até uma galeria próxima pra ver se havia algum filme que lhe interessasse no cinema. Não. Mas assim mesmo comprou a entrada pra uma comédia romântica que diziam ser boa. Saiu, duas horas depois, decepcionada; novamente o casal passava por todos os tipos de provações e tinham todos os motivos pra não ficarem juntos, mas no último minuto tudo deu certo, ela sabia que se fosse realidade o filme terminaria no meio, quando os dois houvessem desistido. Voltou pra casa e dormiu, no outro dia seria a mesma coisa. O celular novamente tocou as seis e meia da manhã, mas dessa vez era uma ligação. Era Pedro.
- Você não sabe que as pessoas dormem a essa hora?
- Querida, você está na cidade que nunca dorme. Te vi saindo ontem da galeria, bora correr?
- Te encontro daqui dez minutos?
- Pode apostar.
Pegou o ônibus das seis da manhã na pequena cidade em que vivia, não via a hora de chegar naquele apartamento aconchegante, com o sofá mais macio e com o melhor efeito sonífero que conhecia, era tudo que ela precisava, paz, e aquele ambiente pedia por paz de espírito. Precisa limpar aquele ano da mente - a escola, os amores, os pais realmente tinham sobrecarregado-a e ela sabia que merecia aquelas férias.
Assim que desceu do ônibus viu seus avós esperando na plataforma, ela correu e deu um abraço apertado em cada um, havia uma ligação muito grande entre eles, talvez inexplicável, era mais do que laços sanguíneos
Eles a ajudaram a pegar as bagagens e levar pro carro, no caminho se atualizaram das novidades nas duas cidades.
Anna arrumou suas coisas no seu quarto, e foi dar uma volta pela Paulista, ela não conseguia explicar como aquela avenida movimentada e barulhenta fazia bem pra sua alma, simplesmente fazia.
À noite os avós informaram que precisariam visitar uma prima no interior, ela pediu pra ficar, coisa que eles aceitaram sem discutir, então se despediram no mesmo dia que se reencontraram e ela foi dormir; ouviu de madrugada quando eles saíram tentando não fazer barulho e discutindo se deveriam deixar o gás fechado ou não, voltou a dormir automaticamente.
O celular despertou às seis e meia da manhã, ela levantou, tomou café da manhã, colocou os tênis. Chegando no Trianon fez o alongamento, ligou o mp3 e sentiu a batida da música estilo praia, sorriu e começou a correr, ela teve a sensação de não estar em São Paulo, mesmo que a mais importante avenida da cidade estivesse ali do lado, aquele parque era um universo paralelo, era outro mundo, lá não havia a correria, o estresse, a polução, nada disso.
Voltou pro apartamento, tomou um banho e ficou lendo naquele sofá maravilhoso. Depois do almoço desceu até uma galeria próxima pra ver se havia algum filme que lhe interessasse no cinema. Não. Mas assim mesmo comprou a entrada pra uma comédia romântica que diziam ser boa. Saiu, duas horas depois, decepcionada; novamente o casal passava por todos os tipos de provações e tinham todos os motivos pra não ficarem juntos, mas no último minuto tudo deu certo, ela sabia que se fosse realidade o filme terminaria no meio, quando os dois houvessem desistido. Voltou pra casa e dormiu, no outro dia seria a mesma coisa. O celular novamente tocou as seis e meia da manhã, mas dessa vez era uma ligação. Era Pedro.
- Você não sabe que as pessoas dormem a essa hora?
- Querida, você está na cidade que nunca dorme. Te vi saindo ontem da galeria, bora correr?
- Te encontro daqui dez minutos?
- Pode apostar.
Quando chegou no parque ela não foi direto pra pista, foi para o parquinho. Ele já estava lá, descendo no escorregador com um menininho no colo, ele estava muito diferente do que ela se lembrava, mais alto, mais moreno, o cabelo estava mais curto, mas os olhos continuavam iguais, escuros como uma tempestade de verão. Ela acenou pra ele, que se despediu do menininho e correu pra abraça-la.
- Meu Deus, você mudou demais AnnaBanana.
- E você acha que não mudou?
- Não viemos aqui pra conversar, teremos tempo para isso depois, vamos correr, você vai perder feio de mim caipira, corro aqui todo final de semana.
- Pode apostar que não.
E lá foram eles, dessa vez a trilha sonora era rock gaúcho, pra vencer ele Anna sabia que precisava de um impulso a mais, e a música faria isso. Deram duas voltas inteiras no parque e ela acabou vencendo.
- E é assim que uma paulistana vence a corrida.
- Mas a paulistana em questão esquece que quem ganha paga o almoço.
- Não esqueci nada, fazemos isso a três anos e toda vez sou eu que pago o almoço, como não lembrar disso?
Pedro sorriu, Anna sorriu e foram pro apartamento, lá pediram uma pizza e ficaram conversando a tarde toda. Relembraram a infância juntos, todas as festas a fantasia em que foram, os aniversários, as férias e falaram sobre a separação. Nunca haviam realmente conversado sobre isso, e parecia que aquele seria o momento. Quando Anna foi embora da capital Pedro falou um monte de besteiras, sobre ela estar abandonando ele e jurou nunca mais falar com ela; então seis meses depois, numa tarde chuvosa Anna atendeu o telefone e ouviu a voz que reconheceria em qualquer parte do mundo, em qualquer situação. Foi assim que voltaram a se falar e se encontrar todas as férias pra correr.
- E é assim que uma paulistana vence a corrida.
- Mas a paulistana em questão esquece que quem ganha paga o almoço.
- Não esqueci nada, fazemos isso a três anos e toda vez sou eu que pago o almoço, como não lembrar disso?
Pedro sorriu, Anna sorriu e foram pro apartamento, lá pediram uma pizza e ficaram conversando a tarde toda. Relembraram a infância juntos, todas as festas a fantasia em que foram, os aniversários, as férias e falaram sobre a separação. Nunca haviam realmente conversado sobre isso, e parecia que aquele seria o momento. Quando Anna foi embora da capital Pedro falou um monte de besteiras, sobre ela estar abandonando ele e jurou nunca mais falar com ela; então seis meses depois, numa tarde chuvosa Anna atendeu o telefone e ouviu a voz que reconheceria em qualquer parte do mundo, em qualquer situação. Foi assim que voltaram a se falar e se encontrar todas as férias pra correr.
Depois dessa volta à história deles, eles contaram os últimos acontecimentos, os que ainda não tinham conversado pela internet. Anna contou que precisava de paz e desabafou tudo pra ele, o modo como se sentia depois de cada dia na escola, sobre sua paixão que não deu certo, sobre os pais, contou o quanto sofreu com tudo aquilo. Pedro ouviu tudo e quando ela terminou de contar, com o rosto todo molhado de lágrimas ele a abraçou e disse que tudo ficaria bem, afinal, ele estava lá e não iria abandoná-la. Eles mudaram de assunto.
Não importava a situação em que estivessem eles estariam juntos, esse era o pacto deles, porque a amizade e cumplicidade que existia entre eles era maior do que os anos e os quilômetros.
A amizade deles havia perdurado os anos, a distância e as palavras. E estava apenas recomeçando.
Não importava a situação em que estivessem eles estariam juntos, esse era o pacto deles, porque a amizade e cumplicidade que existia entre eles era maior do que os anos e os quilômetros.
A amizade deles havia perdurado os anos, a distância e as palavras. E estava apenas recomeçando.
Quase dá pra sentir o cheirinho do parque! :)
ResponderExcluirGostei da história, bem realística.
ps. Engraçado que os avós é que moram na capital e não o contrário! ;D!
blog massa eu tava afim de comentar mas não tinha nenhuma conta daquelas... bjs
ResponderExcluirMeu Deus, adorei essa história!
ResponderExcluirVocê escreve muito bem, então vou te fazer uma proposta: estou montando um blog coletivo, e queria saber se você quer participar! se quiser mande um e-mail: vcsilva808@hotmail.com
Aaaah cara que lindo! Adorei seu texto sério, super emocionante, quase chorei aqui e isso é uma coisa dura de se fazer, sem brincadeira!
ResponderExcluirVocê escreve super bem, parabens!
ai que texto lindo, da pra agente imaginar e sentir toda a emoção, as coisas boas.
ResponderExcluire tão fofo parabéns ><
Lindo o texto, senti tda emoção.
ResponderExcluirVc escreve mto bem!
Parabéns!
muito lindo, histórias cativantes ♥
ResponderExcluirMuito bonito o texto, bem real.
ResponderExcluireu denovo, só para dizer que amorei o texto e que vce screve muito bem D:
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