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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Simplesmente.



"So she said what's the problem baby
What's the problem I don't know
Well maybe I'm in love
"

O sol dançava entre as folhas das grandes árvores, criando sombras sem sentido no chão, quando ela chegou ao parque.
Ele havia ligado pra ela de madrugada dizendo que precisava falar com ela, que precisava ser naquele dia, ela assustada pelo tom de voz e pela hora concordou em encontra-lo naquela manhã. Apesar do sol, fazia frio e ela colocou aquele moletom velho e grande, sua calça jeans favorita - aquela que sua mãe insistia pra ela jogar no lixo - seu all star rasgado e prendeu o cabelo de qualquer jeito, ainda estava meio sonolenta e com uma cara horrível, mas ela não ligava.
Procurou por ele com os olhos e o encontrou sentado no banco de madeira perto de um carvalho, ele  estava com  a cabeça abaixada e com o conjunto de moletom azul, aquela que ela tinha escolhido junto com ele. Ela sentou-se ao lado dele.
- Você tá bem Lu?
- Liz, eu não sei o que tá acontecendo comigo, eu to sentindo tanta coisa que não consigo assimilar tudo.
- Mas o que tá acontecendo? Me fala, você me deixou preocupada com o telefonema.
- Promete que vai me ouvir até o fim? Não vai embora no meio nem nada.
- Prometo.
- É você Liz, desde aquele dia eu não consigo te tirar da cabeça, não que eu não pensasse em você antes, não é isso, mas eu não paro de pensar em você como se eu gostasse de você, e isso não pode acontecer, certo? Você tá com o Caique e gosta dele, apesar dele ser um idiota e nem ligar muito pra você. Não, não me interrompa, por favor. Mas então, eu não sei o que tá acontecendo, mas ontem de tarde eu vi você saindo do cinema com ele, e me deu vontade de bater nele, não pelo fato dele ser seu namorado, mas porque o braço dele estava tocando nas suas costas, ele podia sentir seu perfume bem de perto e você sorria pra ele. E eu senti raiva de mim, porque poderia ser eu lá, se eu tivesse lutado por você, se eu tivesse tentado mudar nossa amizade num amor, mesmo depois daquele dia que nos beijamos...tá bom, que eu te beijei, eu não consigo para de pensar em você dessa maneira. Pronto, pode ir embora agora.
Ela ficou paralisada, olhando pro chão por um tempo, que para ambos foi considerado longo, enquanto eles permaneciam em silêncio uma chuva fina e constante começou a cair.
- Eu e o Caique terminamos...
- É mesmo? Digo, que pena...
- Para com isso seu tonto, você acabou de falar que não queria que a gente ficasse juntos.
- É, mas você gostava dele.
- É, eu acho.
- Mas você tá mal ou alguma coisa assim?
- Não, eu queria terminar mesmo, é porque teve um dia, uns meses atrás, que eu beijei um carinha amigo meu, na verdade ele me beijou, mas eu não consegui esquecer dele...e me doía olhar pra ele depois,  mas ele não falou mais nada depois e daí o Caique chegou e falou que tava gostando mesmo de mim, daí eu tentei esquecer esse meu amigo.
- Ah, você tá falando sério? Mesmo? Ahh, olha, eu juro que desta vez será diferente, eu vou falar que gosto de você. Não, melhor e mais verdadeiro. Eu amo você Liz, eu te amo e não quero mais ficar longe de você, não quero estragar tudo outra vez, nunca mais. Me dá uma chance?
- Chance dada.
Naquela manhã, com aquela garoa fina e refrescante aquele parque, aquele banco, aquele carvalho eram as testemunhas daquele pacto de amor que estava finalmente sendo selado.


Pauta para o OUAT.
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2° lugar

5 comentários:

  1. Ah o amor, tão cantado em verso e prosa, tema preferido dos apaixonados.

    Gostei daqui, tô te seguindo ;*

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  2. "chuva fina e constante"
    Machado de Assis.
    Você está se tornando uma "larva tumular" que coloca mensagens subliminares shauhsuaushauhsuhauhsa

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  3. Ain *.*
    A Fer está saindo do estilo Barroco para um estilo Romântico, com, final feliz.... Amei esse texto.
    ;*

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  4. você escreve muito bem mesmo! Otimo o texto,to te seguindo ;*

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