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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dan Novachi


Eu sinto falta de te ver toda manhã, indo pra fila do ônibus com o seu andar de passarela e suas roupas reformadas de brechós. Sinto falta do seu dom de me fazer ficar bem com um abraço. Sinto falta de deixar cartas pra estranhos nos ônibus. Sinto muita falta da sua presença quente enquanto eu durmo no caminho de volta pra casa. Sinto falta de quase morrer atravessando a rua.

Seu modo de andar rápido; de sempre me fazer tropeçar nos seus pés nada pequenos, sua mania de começar a dançar comigo no meio da rua, no meio da escola, no ponto de ônibus; tudo isso faz uma falta imensa.

Você sempre sabe como eu estou me sentindo sem que eu te fale. Você simplesmente sabe.

Outro dia, voltando pra casa, eu lembrei quando sentei com você no pátio. Você estava triste. Tinha prometido mudar, mas não conseguiu. E eu te disse que mudanças levam tempo, não podemos controlá-la, por mais que imploremos. Ela tem seu ritmo. Você me abraçou e disse que eu realmente te entendia.
Mas é você que me entende. Quando interpreta as cartas do tarô com a minha perspectiva de mundo, quando sabe o que eu sinto, quando me dá conselhos. E eu sei que estes são pro meu bem, por mais que eu me revolte, eu sei que você sabe do que preciso.

Difícil são as pessoas que encontram anjos em suas vidas. Você é meu anjo. Não desista de mim, nunca. Eu ainda sou aquela garota da matemática e dos livros, fã de Asne e Fantasma da Ópera, aquela que você insiste em dizer que é princesa.

Me desculpe. Eu te amo mais que tudo.

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