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sábado, 4 de setembro de 2010

Far away


O dia passa, sem vento, nem frio nem calor, nem bom nem ruim, apenas passa; e eu passo por ele com o pensamento longe, quilômetros - talvez anos-luz - de onde realmente estou; mas faço isso apenas porque não consigo entender o que acontece a minha volta, ao meu alcance. Mais nada faz sentido pra mim.

Aquela amiga que brincava de elástico comigo na 3° série agora está ocupada em casa, cuidando da filha que chora no meio da noite; aquela professora que me ajudava nos exercícios complexos de português na 7° série, agora descansa em paz; aquela minha melhor amiga da 1° série passa do meu lado todo dia e não me reconhece. E isso é apenas o passado voltando.

Não entendo como a lembrança daquele abraço - o melhor presente de 15 anos que eu poderia receber - voltou e me fez sentir uma saudade monstruosa daqueles braços e perfume em mim; como pólos vermelhas me deixam com uma sensação estranha; como ver casais brigando me deixa feliz.

E assim, desse jeito distante e menos confuso do que poderia ser, eu vou passando pelos dias, que passam lentamente, e que mudam minha visão, opinião e sentimentos. Mas ainda não sei se isso é bom ou não, estou um pouco longe pra avaliar o tamanho do estrago que isso está causando.

Quando eu reunir coragem suficiente eu volto, faço uma avaliação, vejo os estragos, pago as contas e volto a viver por aqui.

3 comentários:

  1. Acho que tudo o que você apenas descreveu a passagem do tempo. Às vezes essa passagem é meio triste, decepcionante,outras vezes esperamos ansiosamente por ela. Mas o importante mesmo é que ela não depende das nossas vontades. É impossível evitar que o tempo passe e que as coisas mudem, e se não acompanharmos isso ele passará e nós ficaremos perdidos.
    Bjs

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  2. Nostalgia. Eu sei como é, tenho meus momentos de sentir falta. Não que eu me recorde de algo que valha a pena sofrer. Você acha que eles valhem?
    Acho que não, amei aqui, estou seguindo.

    Beeijos!

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