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domingo, 15 de novembro de 2009

Até que a morte os separe.



1968. Mais um casal de namorados estava se casando, jurando seu amor perante todos seus amigos, e Deus. Um mais novo casal na cidade de São Paulo.
Almir e Ruth viveram felizes durante 34 anos, sem nunca terem problemas. Foi quando ele passou mal, foram ao médico e depois de muitos exames este declarou que era uma doença muito grave e que Almir não viveria para o próximo ano. Aos poucos ele foi piorando, até não ter forças pra sair de cama, e assim, a cada ano o discurso era repetido pelo médico, durante 7 anos.
Até que o discurso se fez verdade. Almir foi hospitalizado, Ruth ficou ao seu lado todo o tempo, como havia jurado, na saúde e na doença.
- Não fique triste por mim - disse Almir - quero que saiba que aquela foi a melhor época da minha vida, quando você disse sim na igreja, você foi a melhor época da minha vida. A partir do nosso encontro você passou a ser a melhor coisa na minha vida, esses ultimos 41 anos foram os melhores da minha vida.

Ruth o beijou, do mesmo jeito que se beijavem a 41 anos, do mesmo jeito que se beijaram quando o primeiro filho nasceu, do mesmo jeito que se beijaram quando o segundo filho morreu com apenas alguns dias de vida. Eles se beijaram do mesmo jeito do primeiro beijo, quando o irmão de Almir foi atender a porta e eles rapidamente encostaram seus lábios.
Enquanto ela se lembrava de tudo isso, estavam abaixando o caixão de seu marido para a cova, ela sentiu o desespero subir do seu peito até irromper num grito, num pedido para que todos parassem o que estavam fazendo.
Mas era tarde, a primeira pá de terra havia sido atirada.

Descanse em paz, Seu Almir.


Pauta para o OUAT
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2° lugar

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